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O Gritador de Marquinho/PR



Laranjeiras do Sul, 18 de Fevereiro de 2025

De tempos em tempos, se ouve falar que algo sobrenatural acontece nas matas e serras do belíssimo município de Marquinho/PR. Uma espécie de grito horripilante é ouvido naquela região. Os relatos são vários. Há pouco tempo, soube que um caçador, que andava à procura de uns javalis abagualados nas matas, quase atirou no próprio pé ao ouvir o grito da criatura.

De outra feita, o senhor Márcio Staine, vulgo "Polaco", que vive para lá e para cá "campeando o ouro dos jesuítas", chegou em casa amarelo, precisando tomar água com açúcar e dormir com a luz acesa por conta do susto que levou andando no mato lá pelas bandas do Guampará. Reza a lenda que até o famoso Zinho Batistel, o prefeito que revolucionou aquele município, ia dormir mais cedo quando ouvia falar do tal "gritador", nos tempos de piá.

Verdade ou lenda, todos os relatos descrevem um som similar a um grito muito alto, uma mistura de voz humana com grunhido de animal. Um barulho ensurdecedor, cheio de desespero e fúria, que faz qualquer valentão borrar a cueca.

A lenda é velha. Segundo o senhor João Maria Ribeiro, morador do bairro Bom Sucesso, em Guarapuava/PR, que do alto de seus 95 anos bem vividos, contou que, quando ainda era moço, chegou a "parar" certo tempo no "Marquinho Velho". Ele ajudava a carregar diversas "safras" de porcos gordos comprados no "Marquinho Velho" e vendidos em Guarapuava, Ponta Grossa e até Curitiba. Disse que isso era um bom negócio na época.

Conta ainda que era parente daquela gente do famoso José Grande. Segundo o relato, naquela época o "causo do Gritador" já era falado naquelas bandas. Naquele tempo, dizia-se que uma família tinha vindo do Rio Grande do Sul e adquirido um bom pedaço de terra. Era uma família pequena: um casal de velhos e seus filhos, um rapaz e uma moça. Pouco tempo depois, a moça casou e foi embora, ficando o rapaz e os pais envelhecidos.

Passado algum tempo, morreu o patriarca daquela família, ficando só o rapaz e a velha. Viviam bem, tinham uma casa boa para os padrões da época – "casa de madeira serrada" –, uma boa propriedade e animais. O rapaz era muito trabalhador, mas tinha um defeito sério: tratava a mãe, já idosa, como se fosse uma empregada e sempre aos gritos.

Chegou a ser advertido pelo próprio Padre Gino a ser mais amoroso com a própria mãe. Porém, uma noite, depois de passar o dia todo atrás de uma vaca que havia sumido, chegou em casa e deixou o cavalo amarrado. Correu para tomar banho, pois queria muito ir a um baile lá pras bandas de Goioxim. Aí que aconteceu a "porcaria". A velha, sem saber das intenções do filho, soltou o cavalo para pastar, e o bicho sumiu na invernada. O rapaz ficou furioso e perdeu a cabeça.

Tomado pela raiva, encilhou a própria mãe, montou nela e a fez correr. A pobre velha ainda conseguiu carregar o filho nas costas por uns três quilômetros, sob espora e chicote. Mas, sem mais forças, acabou morrendo. Antes de morrer, porém, lançou uma praga: a alma do filho nunca teria descanso, e a dor que ele sentiu em uma noite, sentiria por toda a eternidade.

Vendo a loucura que cometeu, o rapaz saiu correndo e gritando e nunca mais foi visto. Apenas ouvido até hoje, nas matas e invernadas do município de Marquinho. Dizem que, se alguém responder ao grito, ele aparece. Verdade ou lenda, é bom ter cuidado.


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