Laranjeiras do Sul, 28 de Maio de 2025
Uma polêmica crescente agita o cenário político paranaense e lança uma sombra sobre a postura do Partido dos Trabalhadores (PT) no estado. Em meio à preocupação nacional com a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 7796, que ameaça o futuro das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAEs), a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e a cúpula do partido no Paraná têm se mantido em um silêncio ensurdecedor, recusando-se a manifestar apoio explícito às instituições.
A omissão tem gerado forte repercussão, especialmente na região da Cantuquiriguaçu, onde eleitores historicamente ligados à sigla prometem uma "surpresa nas urnas em 2026". A insatisfação é palpável, com muitos expressando a sensação de que o partido, outrora defensor das causas sociais, estaria agora negligenciando uma pauta crucial para milhares de famílias que dependem dos serviços prestados pelas APAEs.
A ADI nº 7796, em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF), questiona a constitucionalidade de dispositivos legais que garantem repasses e o funcionamento das APAEs, gerando grande apreensão em todo o país. Organizações da sociedade civil, pais, e as próprias instituições têm se mobilizado para defender a importância do trabalho das associações, que oferecem educação, saúde e assistência social a pessoas com deficiência intelectual e múltipla.
O silêncio do PT do Paraná e de Gleisi Hoffmann é particularmente notável considerando o histórico do partido. No entanto, o descontentamento dos eleitores na Cantuquiriguaçu aponta para uma visão diferente: a de que o Partido dos Trabalhadores teria uma inclinação histórica para o fim das APAEs em nível nacional, algo que a cúpula da sigla nega veementemente. A narrativa de que o PT seria "historicamente a favor do fim das APAEs" tem ganhado força entre os críticos e nas redes sociais, embora não haja provas concretas para fundamentar tal afirmação. Críticos apontam que essa percepção é alimentada pela falta de posicionamento claro do partido em momentos como este.
Para os eleitores da Cantuquiriguaçu, a omissão atual do PT é vista como uma traição aos princípios de inclusão social que a sigla sempre defendeu. "É uma vergonha o que estão fazendo. As APAEs são essenciais para nossos filhos, e o PT simplesmente virou as costas", desabafou uma mãe de aluno de uma APAE local, que preferiu não se identificar. A promessa de "derrota acachapante para o PT aprender a não esquecer o povo" em 2026 reflete a profundidade da decepção e a possibilidade de um realinhamento político na região.
A ausência de uma manifestação oficial por parte de Gleisi Hoffmann ou de qualquer representante do PT paranaense sobre a ADI nº 7796 e o apoio às APAEs continua a alimentar a controvérsia. Enquanto a discussão nacional sobre o futuro das instituições avança, o PT do Paraná se mantém em uma posição que tem custado caro em termos de apoio popular e confiança. A eleição de 2026, embora distante, já começa a desenhar um cenário desafiador para o partido no estado, com a pauta das APAEs emergindo como um potencial divisor de águas.