Laranjeiras do Sul, 07 de Junho de 2025
Corria as primeiras décadas do século passado, lá por volta de 1920. Eram comuns os bailes de rancho na terrinha. Os recursos eram escassos para as necessidades de uma cidade que mais parecia um vilarejo perdido no meio do Centro-Oeste paranaense. Contudo, o que nunca faltou ao povo laranjeirense foi alegria e disposição para dançar umas "modas". Isso sempre houve em abundância.
E não tinha luxo, não. Os bailes eram realizados em paiol de chão batido ou em casas de família. O fato é que, nos "bailes de rancho" daquela época, havia muito mais respeito do que nos bailes da alta sociedade da atualidade. Não que, de vez em quando, não ocorresse algum entrevero entre os presentes — coisa pouca. Às vezes, até morria alguém, vítima de um tiro ou uma facada. Mas nada comparado com a violência e a criminalidade que temos hoje.
A verdade é que, como praticamente todo mundo andava armado, ninguém queria começar uma briga, porque o chumbo comia.
Voltando aos bailes, nos ditos "bailes de rancho" era comum o momento das "modas de chimango", quando as moças escolhiam com quem dançariam. E foi numa dessas ocasiões que algo muito engraçado aconteceu.
O dono da casa gritou: "Três modas de chimango!" As moças começaram a convidar os rapazes para dançar. Entre os solteiros, estava o Seu Manoel Pinto de Oliveira: solteiro, fazendeiro, com dinheiro no banco, dinheiro no bolso, gado no pasto... Enfim, um bom partido. As moças solteiras se enfileiravam para dançar com o Seu Manoel.
Aí acabou o baile.