Em tempos de plásticos na água, cultura líquida e o que mais a gente inventar para justificar, a verdade é que um fenômeno silencioso, mas barulhento, vem se alastrando pelo país: o aumento exponencial de membros da AMMM, a Associação dos Maridos Mandados pelas Mulheres. O que antes era motivo de piada de boteco, hoje é um clube com mais afiliados que muito plano de saúde. E a cada dia, a tragédia de uns se torna o alívio cômico de outros.
Há poucos dias, a história de um marido de professora, que confessou só ter passe livre para a rua com a benção da patroa, viralizou nas redes e acendeu um alerta. Não, não o de um incêndio, mas o de que a solidariedade entre os “enquadrados” está mais forte do que nunca. Foi aí que um blogueiro e comunicador de Quedas do Iguaçu nos procurou com um relato que, de tão surreal, parece saído de um filme de comédia.
O nosso bravo comunicador, que vamos chamar de "O Sacerdote da Notícia de Quedas do Iguaçu", confessou que na sua vida pré-noticiário, o casamento era um verdadeiro campo minado. Segundo ele, a "radio patroa" sintonizava todos os canais e o enquadrava a cada passo, a cada suspiro, a cada piscada. Amigos? Esportes? Hobbies? Nada disso passava na pauta. A vida social se resumia a ouvir o noticiário ao vivo da esposa, 24 horas por dia.
O ápice dessa jornada de terror cômico, no entanto, aconteceu na igreja. Sim, na igreja, em plena quarta-feira de cinzas. Na missa, além do padre e ministros da eucaristia, havia uma jovem e, segundo nosso informante, "muito bonita" freira. Acontece que ao saírem do templo, ele levou um tabefe na orelha, com direito a trilha sonora e tudo mais. O motivo? Teria lançado "olhares pecaminosos" para a freira. A história seria triste se não fosse a ironia: apanhar por olhar para quem fez voto de castidade.
A confissão continua: durante todo o relacionamento, ele nunca abriu a boca para questionar a "sargentona" da casa. O medo era tanto que as conversas se resumiam a monólogos dela. O silêncio, segundo ele, era a melhor forma de evitar o caos. Mas um dia, a paciência esgotou. Decidiu fazer um "leve questionamento". A resposta? Um enquadramento tão rigoroso que a conversa acabou na delegacia, com ele na cela.
Hoje, "O Sacerdote da Notícia" segue solteiro e feliz. Seu único casamento, segundo ele, é com a notícia e a informação. Aparentemente, a única patroa que ele tolera agora é a verdade dos fatos, e a única enquadrada é a manchete de jornal. A triste realidade é que, para alguns, a liberdade só veio depois de um divórcio doloroso. O lado bom? A AMMM continua crescendo e se fortalecendo. A união faz a força, mesmo que essa força seja a de ter que aguentar a patroa.
Será que a solução para a AMMM é a informação e o jornalismo, ou seria melhor que a gente olhasse para a quantidade de plástico na água de novo?
Fonte: O Próprio Comunicador.